Transferência de Dívida Imobiliária: Vale a Pena Fazer?

Nos últimos meses, os diversos cortes na taxa básica de juros e redução do custo de financiamento da casa própria fizeram com que muitos mutuários se animasse com a ideia e possibilidade de pedir pela transferência de crédito imobiliária. 

Os últimos balanços divulgados pelo Banco Central são surpreendentes. Entre janeiro e novembro do último ano, a transferência de dívida imobiliária alcançou a incrível marca de R$1,46 bilhão, o que representa um aumento de 175% se comparado com o mesmo período do ano anterior.

Será que vale a pena pedir pela Portabilidade de Crédito?

A expectativa criada nos principais noticiários do país é de que, pedindo pela Portabilidade de Crédito, haverá uma maior competitividade entre os bancos para oferecer uma taxa de créditos menor para o mutuário. 

No entanto, é preciso realizar uma análise mais completa da situação e não somente analisar a taxa de juros oferecidas para tomar a decisão pela portabilidade do crédito imobiliário. 

Isso se dá pelo fato de que as parcelas de um financiamento imobiliário não são formadas apenas pelo valor da prestação somado aos juros. Neste caso, é preciso analisar o CET –

Custo Efetivo Total

O que é o CET – Custo Efetivo Total em um Financiamento Imobiliário
O Custo Efetivo Total é a soma de todos os componentes que estarão abarcados em um financiamento. Neste caso, a taxa de juros é somente um dos componentes que fará parte do financiamento. 

O CET pode ser definido com a soma de Juros, Taxas, Encargos, Tributos e Seguros. As instituições financeiras têm o dever de informar o valor do CET no contrato de financiamento.

Mudança da TR para o IPCA

Outra questão a ser repensada pelo mutuário no momento em que pena pedir pela portabilidade de crédito de financiamento imobiliário, é o tipo de taxa praticada pela instituição financeira no momento de propor a mudança.

Quem paga pelo financiamento deve ter em mente que, caso o banco apresente uma proposta com taxa de juros menor, este fator pode ter ainda mais relevância caso a instituição financeira proponha mudança da Taxa Referencial – TR pela IPCA, índice definido pelo valor da inflação.

À princípio, a taxa de IPCA pode trazer valores mais baixos aos financiamentos. No entanto, uma crise no país ou global pode fazer com que a inflação dispare e, consequentemente, o saldo devedor do mutuário dispare de forma incalculável posteriormente. 

Comentário de Orlando Anzoateugi Jr. – Advogado Especialista em Dívidas

– Venho alertando mutuários e devedores sobre os riscos e aumento da dívida pela portabilidade que, ao prometer a redução ou alívio, traz mais onerosidade. O primeiro passo é sempre analisar qual o custo efetivo total dos juros reais e a mudança da TR para o IPCA, cujo índice pode aumentar, consequentemente com as prestações. 

O escritório Anzoategui Advogados é especialista em Dívidas, Suspensão de Leilão de Imóveis e Sistema Financeiro de Habitação – SFH. Prestamos assessoria consultiva e também trabalhamos em litígios envolvendo causas imobiliárias e bancárias. 

Em casos de dúvida sobre a Portabilidade de Financiamentos, CET, Taxa Referencial, IPCA e demais assuntos envolvendo financiamento imobiliário, deixamos nossos canais de comunicação disponíveis para conversa com especialistas. 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *